A localização de um imóvel sempre foi um dos principais fatores de valorização no mercado imobiliário. De acordo com Fernando Bruno Crestani, especialista em planejamento urbano e estratégias imobiliárias, a proximidade de meios de transporte coletivo, ciclovias e principais vias de acesso transformou-se em um diferencial competitivo para incorporadoras e investidores.
Saiba mais, a seguir.
O novo comportamento do consumidor urbano
Com o aumento do tempo gasto em deslocamentos nas grandes cidades, o consumidor passou a priorizar imóveis que estejam próximos a estações de metrô, terminais de ônibus e centros comerciais. A possibilidade de evitar longos trajetos diários tem impacto direto na qualidade de vida, além de gerar economia de tempo e recursos.
Segundo Fernando Bruno Crestani, a tendência é clara: imóveis com acesso facilitado a sistemas de transporte integrados tendem a ser mais procurados e valorizados, mesmo quando comparados a unidades maiores ou com mais infraestrutura, mas localizadas em regiões afastadas ou com pouca conectividade urbana.
Planejamento urbano e a valorização do entorno
Projetos de requalificação urbana e investimentos em mobilidade por parte dos Estados e Municípios também impactam diretamente o setor imobiliário. Quando há previsão de novas linhas de metrô, corredores de ônibus ou ampliação de ciclovias, o mercado se antecipa e incorpora essas melhorias ao planejamento de novos empreendimentos.
Assim como aponta Fernando Bruno Crestani, regiões antes vistas como periféricas ganham novo status quando passam a contar com melhor infraestrutura de transporte. O resultado é a valorização do metro quadrado e a atração de um público que busca praticidade, conectividade e eficiência no dia a dia.
Proximidade de transporte como critério de escolha
Para o consumidor moderno, a localização estratégica já não se limita a estar perto do centro. Estar conectado é o que importa. Morar a cinco minutos de uma estação de metrô, de uma ciclovia ou de um terminal de ônibus intermunicipal pode representar uma economia de horas semanais e maior bem-estar.

De acordo com Fernando Bruno Crestani, essa mudança de mentalidade tem impactado inclusive o perfil dos lançamentos. Incorporadoras estão priorizando terrenos bem servidos por transporte coletivo e adaptando projetos à demanda de um público que valoriza mobilidade inteligente.
Integração com soluções sustentáveis
Outro ponto relevante é que a mobilidade urbana também está ligada a práticas sustentáveis. Reduzir a dependência do carro, promover deslocamentos por bicicleta ou transporte público e incentivar o uso de modais menos poluentes são atitudes que dialogam com os critérios ESG — cada vez mais valorizados por investidores e compradores conscientes.
Conforme frisa Fernando Bruno Crestani, empreendimentos que se alinham com esses princípios têm maior aceitação no mercado e tendem a ser mais resilientes em cenários de mudança, como crises energéticas ou reconfigurações no padrão de trabalho urbano.
Oportunidade para as incorporadoras
As incorporadoras que integram mobilidade urbana ao desenvolvimento dos projetos ganham vantagem competitiva. Além da valorização intrínseca dos imóveis, é possível acessar públicos diversos, como jovens profissionais, estudantes e famílias que buscam conveniência e menor dependência do carro particular.
Iniciativas como bicicletários, parcerias com aplicativos de mobilidade, integração com modais urbanos e até espaços de coworking próximos a estações de transporte reforçam esse posicionamento. A localização próxima a infraestrutura de mobilidade deixa de ser apenas uma característica e passa a ser uma proposta de valor.
Mobilidade como vetor de transformação urbana e imobiliária
A mobilidade urbana não é mais um acessório nas discussões sobre desenvolvimento imobiliário — ela é central. Incorporadoras, investidores e compradores atentos a essa transformação colhem benefícios concretos, que vão desde a valorização do ativo até a melhoria da experiência urbana.
Fernando Bruno Crestani destaca que o futuro do setor imobiliário está diretamente ligado à capacidade de ler as mudanças de comportamento e antecipar soluções conectadas com as necessidades reais da vida nas cidades. E a mobilidade, mais do que nunca, está no centro dessa equação.
Autor: Rodion Sokolov